sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ceu Vila Formosa. Protocolo sem autor, sem título e sem data.

Sociedade ambígua
O que é ser humano?
Resposta tão simples como complexa
Como tudo de bom na vida, ou de ruim.

Será que errar é humano, ou ser humano que é um erro?
Vivemos em constantes dúvidas
Sempre buscando respostas
Sem ao menos nos dar a chance de aprender.

Falhar é algo humano, ou ser humano é que é uma falha?
Deus teria criado um erro, ou um acerto abstrato?
Vivemos numa sociedade hipócrita, obtusa
Cercada por convenções opressoras
Uma sociedade tão mundana como capitalista.

Sim! o capitalismo que corrompe
Que manipula os próprios manipuladores
Nos faz de fantoches em meio a erupção de uma suposta liberdade
Tras tudo e nada
Em uma geração que se perde em seus ideais
Pelo medo da hostilidade dessa selva de pedra intimidadora, perigosa.

Vivemos uma pré-história moderna
Que de tão avassaladora
Tras aos imaturos jovens um caminho desolador
Que culmina num cemitério de dores e esquecimento
Transformando-os em robozinhos de uma burguesia ralé.

E testemunhas dessa pré-história em pleno anos 2000
Onde ainda há uma obstinação de um suposto poder que reina
Baseado em antigos conceitos, pre conceitos, mentiras
Velhos receios que se unem numa sórdida lembrança.

Passado e futuro
Sendo que um presente nem bem temos
Mas vemos essas épocas se juntarem numa ardilosa façanha
Cheia de iras, de manhas
Mentiras, ou meias verdades.

Ma já estamos tão defasados que nem percebemos quanto mal proporcionamos aos nossos semelhantes e indiferentes
Afogando nossos filhos num mar de sangue
Amamentando-os com lágrimas, límpidas e cristalinas como uma gota de orvalho
Na verdade lágrimas sujas, como nossas atitudes e nosso reflexo
O reflexo que mancha nossa alma.

Essa mancha da dor já nos faz envergonhar
Fazendo esse espelho da vida, a alma, se pulverizar
Em pedaços que inflamam nosso coração
Embora nem a ponta nem o caco mais profundo
Cause tanta dor quanto nossa fictícia democracia
Que acorrenta os jovens e nos faz sentir assim...

Um sentir que não posso descrever
Mas causa tanta repulsa que nos faz vomitar nossos tormentos e angústias
De uma sociedade que já está em extinção
Mas que profere seus últimos suspiros tolos e cretinos.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mais um protocolo sem título, sem autor e sem data.

Há certos dias
Que sinto em minha alma
Um vazio infinito
Um vazio sem sentido
Um vazio indefinível
Vazio dos ventos e procelas
Vazio que vem de longe
Cuja origem desconheço
Maior,
Muito maior que a solidão...

Há certos momentos
Que sinto dentro de mim
Um vazio talvez originário das vagas
Dos grandes mares
E que as vezes inunda
Quase me faz soçobrar...

Há certas horas
Que sinto dentro de mim
Um vazio que se agiganta
Diante do qual me sinto pequenino
E comparo este vazio tão grande
Ao vazio da hora do adeus...